Personagens
 

Milton Soares Campos

Natural de Ponte Nova, 16 de agosto de 1900, Milton Campos apresenta rica trajetória de vida: seus estudos primários são feitos em sua cidade natal e em Viçosa, o secundário em Belo Horizonte , onde também cursa a Faculdade de Direito, torna-se Advogado-Geral de Minas Gerais em 1932, Deputado Estadual e Membro da Constituinte Estadual Mineira (1934). Advogado da Caixa Econômica Federal, cargo do qual é exonerado, em 1944 por haver assinado o "Manifesto dos Mineiros"; primeiro Diretor-Presidente do Banco Nacional S.A. Ainda Conselheiro Fiscal da Instituição em 1945; Membro da Assembléia Nacional Constituinte (1946), Deputado Federal (1946-1947, 1955-1959), Senador (1959 - 1964; 1965 - 1972), Governador de Minas Gerais (19.3.1947 – 31.1.1951); Ministro da Justiça (15.4.1964 - 11.10.1965). Candidato, em 1955 e em 1960, a Vice-Presidente da República, ao lado, de Juarez Távora e Jânio Quadros, respectivamente.

A ESAV deve ao empenho do Governador Milton Campos sua transformação em Universidade Rural do Estado de Minas Gerais – UREMG, por quem não mediu esforços, juntamente com seus secretários Magalhães Pinto e Américo René Giannetti.

Como Governador considera a educação como setor prioritário, estabelecendo a gratuidade do ensino secundário oficial e impulsionando a construção de escolas primárias (entre 1946 e 1950, o número de escolas aumentou de 6.661 para 12.056 e o número de matrículas de 578.920 para 823.105); prepara um plano de eletrificação do Estado, início da criação das Centrais Elétricas de Minas Gerais (CEMIG); cria a Secretaria de Saúde e Assistência, desmembrada da de Educação, a Escola de Saúde Pública, o Departamento Estadual da Criança e o Hospital de Neuropsiquiatria Infantil, passando de 31 para 93 o número de unidades sanitárias em seu mandato.

Ao transferir o Governo para Juscelino Kubitschek - conta Murilo Badaró, em seu livro "José Maria Alkmim - Uma Biografia" -, este o acompanha até o automóvel que o conduziria à sua residência, impressionado com o fato de estarem ao lado do governante cujo mandato expirava apenas uns poucos auxiliares.

A propósito dele, assim se pronunciava o poeta Carlos Drummond de Andrade: "Não sei de maior elogio a Milton Campos do que este: ele foi o homem que a gente gostaria de ser". Registre-se, também, o seguinte depoimento do Senador Nelson Carneiro "Milton Campos foi o melhor de todos nós. Porque foi humilde quando poderia ser vaidoso. Porque foi compreensivo quando poderia ser arrogante. Porque foi simples quando poderia ser fátuo. Porque foi forte quando outros fraquejavam. Porque foi constante num mundo cheio de indecisões. Porque, havendo conhecido o poder, não se embriagou de suas tentações, nem dele se tornou escravo. Porque havendo conhecido o ostracismo, não palmilhou os atalhos da transigência, nem dele guardou ressentimento". Dentre suas obras, constam: "Compromisso Democrático", "Eleições Diretas", "Testemunhos e Ensinamentos", "Sobre a Questão de Limites Minas - São Paulo". Falece em Belo Horizonte (MG) em 16 de janeiro de 1972.