Personagens
 

Arlindo de Paula Gonçalves


Arlindo de Paula Gonçalves, filho de Joaquim de Paula Gonçalves e Ana Maria da Conceição,  nasce em Pains, Minas Gerais, em 25 de novembro de 1910. Faz os estudos primário e ginasial em Formiga, no Ginásio “Antônio Vieira”. Em 12 de dezembro de 1934, conclui seus preparatórios e recebe o diploma de “Bacharel em Ciências e Letras”.

Em  1935, presta  exame vestibular na Escola Superior de Agricultura e Veterinária do Estado de Minas Gerais, onde ingressa e conclui seu curso de Agronomia, em 15 de dezembro de 1938. Em março de 1939, é contratado como professor auxiliar do Departamento de Agronomia  da mesma Escola. Em dezembro de 1939, é nomeado, por Ato do diretor da Escola, chefe do Departamento de Silvicultura.

Exerce as funções de chefe do Departamento de Silvicultura e de professor da respectiva cadeira, de 1939 a dezembro de 1962, ininterruptamente. É um dos idealizadores da Revista Ceres, sendo um de seus diretores fundadores e, ainda, um dos membros de sua Diretoria.

Em janeiro e fevereiro de 1940, faz viagem de estudos ao Rio e São Paulo, com estágios no Serviço Florestal de São Paulo e no Serviço Florestal da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. De dezembro de 1948 a dezembro de 1952, exerce as funções de delegado florestal no município de Viçosa.

Em 1952, é aprovado no concurso para carreira de agrônomo do Ministério da Agricultura, recusando-se, posteriormente, a aceitar o cargo.

Em 1959, aprovado em concurso de títulos e provas, é nomeado Professor Catedrático  e obtém o Grau de Doutor em Silvicultura Geral e Especial.  Durante esse período, exerce, na  Escola Superior de Agricultura, diversos cargos de confiança, incluindo o de Diretor Substituto da ESA.

Ocupa a Presidência da Cooperativa de Consumo dos Servidores da ESAV e da Sociedade dos Amigos da Terra, e um dos membros da Diretoria do Clube Ceres.

Dentre suas  atividades de extensão na Universidade, destaca-se sua participação durante as Semanas dos Fazendeiros, em que ministra,  entre outros, os cursos de cultura da batata doce, arroz, trigo, reflorestamento, cultura do eucalipto, fabricação de carvão vegetal, silvicultura, cultura do pinheiro brasileiro. Executa  amplas atividades no serviço de Experimentação e Pesquisa da UREMG.

Técnico florestal, pela parte brasileira, nos trabalhos de desenvolvimento do ensino e da pesquisa do Projeto 55 – Cooperação internacional entre o Brasil e os Estados Unidos, durante os anos de 1960 a 1965; membro integrante da Comissão Especial nomeada para estudar e elaborar o Plano Global de Desenvolvimento da UREMG,  apresentado à Fundação FORD, em 1964;  por nomeação do Reitor, é designado representante da ESF – UREMG como membro integrante da CARTI.

Em 5 de março de 1960, é instalada na UREMG a Escola Nacional de Florestas, criada pelo Governo Federal, a primeira do Brasil. A existência de um Departamento de Silvicultura na ESA e seu reconhecido desenvolvimento foram fortes razões para sua instalação em Viçosa, que  teve no professor Arlindo de Paula Gonçalves um de seus principais incentivadores. Razões políticas contribuíram para que a Escola fosse transferida para a Universidade Federal do Paraná, em Curitiba. Prontamente, o Governo do Estado de Minas, pelo Decreto nº 7.418, de 21 de fevereiro de 1964, cria a Escola Superior de Florestas – ESF, que passa a integrar a UREMG. O Professor Arlindo coordena e colabora na sua criação. Por nomeação do Governador do Estado de Minas Gerais,   é designado seu diretor interino e, posteriormente, seu diretor efetivo. É membro  do  Conselho Departamental da ESF,  de março de 1964 a março de 1968, e presidente da Congregação dos Professores da ESF, de março de 1964 a março de 1967.

Como Diretor da ESF, em 1964, com a colaboração da FAO, planeja e assessora a construção e instalação da Estação Experimental de Silvicultura, a primeira especializada no ramo no Brasil. Membro integrante do Conselho Coordenador da Campanha Integrada de Reflorestamento, da qual é seu presidente em  seus primeiros três anos de atividades (1965 a 1967). A convite da Aliança para o Progresso, do Governo dos Estados Unidos, faz, em 1965, viagem de estudo e estágio temporário no Serviço Florestal, Escolas de Florestas, Estações Florestais de Pesquisas e Parques Florestais e trabalhos de proteção da fauna; como convidado do Governo da Republica Federal da Alemanha, faz viagem de estudo da questão florestal nesse País, em 1967, visitando os trabalhos florestais, indústrias madeireiras, estações experimentais de silvicultura, Floresta Negra, escolas e serviço de proteção à fauna..

Além de seu expressivo  empenho nas atividades acadêmicas,  é autor de dezenas de  publicações em periódicos e livros, participa em congressos nacionais e internacionais, ministra palestras e conferências em diversos estados do País,  participa de bancas examinadoras de teses e de concursos docentes,   elabora ainda diversos projetos de pesquisas florestais em sua área. Trabalha na Instituição de 1939 a dezembro de 1990, quando se aposenta como professor Titular.

Dentre seus diplomas e condecorações  destacam-se: é o primeiro mineiro a receber a Medalha e Diploma do Mérito Florestal, conferida pelo Governo do Estado de Minas Gerais, em reconhecimento aos relevantes serviços desenvolvidos em prol do Reflorestamento no Estado de Minas Gerais; Diploma de “Honra ao Mérito”, conferido pela Sociedade Mineira de Engenheiros-Agrônomos, em reconhecimento aos méritos pessoais e aos bons serviços prestados à classe agronômica e ao Estado de Minas Gerais; Diploma de reconhecimento pelos esforços desenvolvidos em favor do melhoramento da Agricultura Nacional, durante 25 anos, conferido pela UREMG; Diploma de “Honra ao Mérito”, conferido pelo Jornal “Diário de Minas”, como reconhecimento pelos assinalados serviços prestados às atividades de Reflorestamento em Minas Gerais, em 1967; Diploma de “Reconhecimento”, conferido pela Associação Brasileira de Informação Rural,  pelos serviços prestados ao desenvolvimento do Ensino e da Pesquisa Florestal no Brasil; recebe ainda seis certificados de Participação em Conferencias e Seminários Agronômicos e Florestais Internacionais e Nacionais.

Tem ampla participação na comunidade viçosense, onde, em 1954, é eleito vereador da Câmara Municipal, tomando posse do cargo em janeiro de 1955. É agraciado com o Diploma de “Cidadão Honorário de Viçosa.”,  conferido pela Câmara Municipal, em 1963. Em 1970, é eleito vice-prefeito de Viçosa. Coordena os trabalhos comemorativos das festividades do 1º Centenário de Viçosa (1971). É autor da Bandeira da cidade de Viçosa, por aprovação da Câmara Municipal, em 1971. É Assistente Técnico Agronômico do Sindicato Rural de Viçosa, em Convênio com a Diretoria Regional do Incra em Minas Gerais (1976-1977). Colabora com os trabalhos de instalação do Colégio Estadual de Viçosa. Em 2006, a Câmara Municipal de Viçosa cria a Comenda Professor Arlindo de Paula Gonçalves, com o intuito de homenagear as pessoas que contribuem efetivamente para conservação do meio ambiente e promoção da consciência ecológica.

Fonte: Currículo e Biografias do professor Arlindo de Paula Gonçalves, oferecidos por Rita de Cássia Gonçalves Borges e
Dalva Helena Gonçalves Dantas.
Maio de 2008